Krishna em Religare

Sinta-se a vontade para conhecer a seu modo como Krishna nos apresenta esse espaço, fragmento de memória, e um convite à descoberta. Divirta-se!

Roteiro: Danielle Ramos 
Consultoria: Marco Antônio Mabac 
Voz: Krishna Rohini

Transcrição:

Oi, meu nome é Krishna Rohini. Sou integrante do Dirigível Coletivo de Teatro e faço parte do elenco do espetáculo Religare. Seja bem vinda, bem vinde e bem vindo ao Espaço Altar! 

Agora compartilho contigo a audiodescrição desse espaço. 

Há aproximadamente três metros e meio de altura, há um chapéu de palha de onde saem diversos fios de sisal, esticados e fixados no chão, onde formam uma grande base que possui dois arcos laterais, como um círculo que não se fecha. No chão, contornando esses arcos, há, em cada lado, um fio com duas pequenas luzes retangulares de led azul. A bateria deste módulo de iluminação está próxima ao arco esquerdo. 

No Espaço Altar, há quatro elementos. Junto ao arco esquerdo, há uma taça com água, um pequeno vaso de barro com incenso de canela e palo santo, um isqueiro azul ao lado e uma máscara. Esta é a máscara que utilizo no espetáculo, seu nome é Bau. É uma máscara inteira de cor vermelha e contorno preto. Na boca e olhos também há um contorno preto. Os olhos são pequenos e a boca bem menor. Amassado para o lado, o nariz tem profundidade, mas sem furos. A máscara apresenta expressão cansada. Ainda do lado esquerdo, há um instrumento percussivo chamado matraca. Ele é composto por dois pequenos tamancos de madeira ligados por uma corda azul. No fundo ao centro, há um instrumento chamado pau de chuva: um bastão de miriti com sementes dentro. Ele envolvido por fios pretos e tecido estampado. Junto ao arco direito, há um instrumento chamado banzeiro. Ele tem formato circular, é feito de pele sintética pintada com traços pretos e triângulos vermelhos, contendo sementes em seu interior. Do lado direito, há também uma vela branca de plástico com pedaço de led que balança com o vento, simulando uma chama de fogo. Há ainda um pote de vidro com terra preta, pedras e cristais de diferentes texturas e tamanhos. Todos estes objetos podem ser manuseados. 

Neste Espaço também encontras o figurino que utilizo no espetáculo. A parte de cima contém um adereço de fios de macramê de barbante cru. Embaixo, uma saia dupla face. Por fora em tecido branco e por dentro um voal vermelho. No tecido branco estão manuscritos os seguintes trechos de poemas: “Ser vista, ser ouvida, ser amada, ser respeitada. Sociedade matriarcal”, “quando penso em escolhas, lembro que muitas vezes me permiti sentir, permitir entregar, me permiti fazer péssimas escolhas, me permiti surtar, me permiti ser amada e amar, me permiti não carregar culpas”, “sou um caminho que desagua, um rio que atravessa com um fundo sem fim, lá em cima eu sou uma ilha, ondas e fluxos de energia em travessia, não sei quando termina nem quando iniciou”, “o que estou fazendo aqui, olhar para dentro e perguntar todos os dias, olhar para dentro e ver aquilo que não sou… ou achava que não era, olhar para dentro é um mergulho nas memórias enfiadas goela abaixo, todo mundo sabe o que não quero saber, chega um momento em que controlar-se não faz sentido”. Na barra da saia, está escrito: “a força”, “natureza”, “vermelho nos lábios, no ventre”, “coragem”, “gestar”, “tempo”, “poder da escolha”, “silêncio”, “criação”, “culturas”, “parir”, “cuidar”, “ciclo”, “complexa”, “condutora”, “determinada”, “verborragia”.

Carta O Segredo

Transcrição da carta

Ainda compondo o Espaço Altar, do lado esquerdo da sala de espetáculo, entre as duas arquibancadas, há a minha carta de tarot. Ela se chama “O segredo”. Nela, ao centro, há uma colagem sobre minha fotografia, recobrindo meu corpo quase que totalmente. Há uma argola de madeira contornando o meu rosto. No centro da argola, um plástico branco deixando perceber o contorno preto de meus óculos de grau. Sobre o topo de minha cabeça, há recortes de prédios. Sobre meus ombros, peito e pernas, há o recorte de uma estampa cinza. Do ombro direito, saem fios vermelhos. O peito é atravessado por linhas azuis horizontais, interrompidas e onduladas, que se estendem de um lado a outro da carta. Sobre o peito, há uma área horizontal não recoberta pelo recorte cinza, de onde sai uma corda dourada que encurva para o lado esquerdo e se estende até a altura da perna. Sobre os braços, há alguns recortes verticais com textos. O abdômen não está recoberto por recorte, deixando à mostra o fundo preto do papel. Na altura do quadril, em linha reta, há uma corrente de pérolas. Logo abaixo, há diversos fios encerados de cor branca, eles saem do centro para a lateral e se prolongam até o chão. Na parte superior esquerda da carta, há um recorte irregular em tom arroxeado que contém linhas brancas de formatos geométricos sobrepostos. Abaixo, há uma espécie de bússola composta por um recorte circular com três fios vermelhos em linha reta, um no centro na vertical e os outros dois o atravessando em “X”. Acima do círculo, um recorte com a letra “N” e, abaixo, com a letra “S”. No canto superior direito, há um recorte horizontal irregular de um trecho de uma partitura musical. 

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