Ana em Religare
Sinta-se a vontade para conhecer a seu modo como Ana nos apresenta esse espaço, fragmento de memória, e um convite à descoberta. Divirta-se!
Roteiro: Danielle Ramos
Consultoria: Marco Antônio Mabac
Voz: Ana Marceliano
Transcrição:
Oi, meu nome é Ana Marceliano. Sou integrante do Dirigível Coletivo de Teatro e faço parte do elenco do espetáculo Religare. Seja bem vinda, bem vinde e bem vindo ao Espaço Ginja!
Nesse momento, compartilho contigo a audiodescrição desse espaço.
Há aproximadamente três metros e meio de altura, há um chapéu de palha de onde saem diversos fios de sisal, esticados e fixados no chão, formando uma grande base de formato circular. No chão, contornando externamente essa base, há um fio com seis pequenas luzes retangulares de led azul. Do lado de fora da base, do lado esquerdo, a bateria deste módulo de iluminação está sobre um pedaço de miriti. Dentro da ilha, no chão, há um instrumento percussivo de metal chamado lira (ou metalofone) e há uma baqueta de madeira usada para tocá-la. Sobre o chão, também encontras a máscara que utilizo no espetáculo. Seu nome é Otávio. É uma máscara inteira, feita de gesso com uma camada de papel craft. Ela está pintada nas cores vermelho e branco, fazendo com que aparente um tom levemente rosado. Nela, há ainda algumas sutis manchas brancas.
Há fios de sisal contornando perpendicular e sinuosamente os fios que saem do chapéu, formando uma espécie de teia. Nesses fios perpendiculares, há 15 ginjas vermelhas feitas de biscuit e 8 pequenos bonecos de retalho de macramê branco. Na teia, há ainda recortes irregulares de papel craft reutilizado, neles contendo rastros de intervenções com traçados, desenhos e escritas de diferentes cores. Colados sobre estes recortes, há retalhos de uma mesma fotografia colorida de uma criança, de pele parda, cabelos castanhos e lisos com franja, usando uma roupa branca. Sou eu, com aproximadamente 6 anos de idade. Em um dos recortes de craft, há uma colagem com paetê vermelho, estando escrito, ao lado, a pergunta “você viu essa criança?”.
No Espaço Ginja, encontras também o figurino que utilizo no espetáculo. Ele é composto por um manto de tecido de rede na cor ocre, de uma blusa e um short de tecido cru e de dois adereços de macramê em barbante cru. Um dos adereços é amarrado na cintura e o outro é utilizado no cabelo. Em meu figurino, estão manuscritas três histórias: a história “A velha bruxa que comia doenças”, a história de “Uirá” e a história de “Uirapuru”. Podes acessar o áudio dessas histórias nos três QRCode que estão na entrada do Espaço, fixados verticalmente no primeiro fio de sisal do lado direito, há aproximadamente 1 metro e meio do chão. Vamos ouvi-las?
Carta Proteção

Transcrição da carta
Atrás da tenda, compondo o Espaço Ginja, há a minha carta de tarot. Ela se chama “A proteção”. Nela, ao centro, há uma fotografia minha de corpo inteiro. Sou uma mulher de pele parda, de 34 anos e minha expressão facial está neutra. O fundo da carta é preto e suas bordas são feitas de recortes diversos. Sobre a fotografia, fiz intervenções. Meu corpo inteiro, com exceção do rosto, está recoberto por uma tinta branca, criando uma vestimenta que se assemelha a um macacão. Uma tinta na cor azul claro tinge minha testa até o centro de minha cabeça. Esta área está contornada por um fio de mesmo tom. Sobre minhas sobrancelhas, nariz e maçã do rosto, há traços desta mesma tinta azul. Dois pedaços do fio azul claro, um de cada lado, contornam meus ombros até a altura do antebraço. Os punhos da vestimenta são feitos deste mesmo fio e encobrem totalmente minhas mãos. A tinta azul claro também está nas pernas da roupa, de baixo para cima até aproximadamente a altura dos joelhos, como se fossem botas. No entorno delas, há um fio azul mais escuro. Sobre meu baixo ventre, há um fio vermelho pendurado pelo meio, deixando soltas duas pontas até a altura dos joelhos. Sobre meu peito, há um recorte da logo do Dirigível Coletivo de Teatro.